sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Por onde andas, Humo?...

Querido Humo,

Quantas saudades... Ontem me lembrei muito de ti, e pensei em escrever assim que tivesse um tempinho depois do trabalho. Como não sobrou esse tempo, estou escrevendo escondida, enquanto meu chefe saiu para resolver problemas aqui da empresa. Por isso, não posso me alongar. Querido, estou, como diria, um pouco triste com a vida, mas nada grave, sinto mais como um sentimento de que falta alguma coisa, mas ainda não sei bem o que. Na verdade, posso desconfiar, muito certamente, de que me falta um amor, que me tire um pouco do tédio, e levante essas flamas da paixão, que andam, por assim dizer, adormecidas aqui no meu peito. Mas não sei por onde procurar, começo a me sentir um tanto velha, apesar de ainda estar na casa dos vinte anos. Acho que é apenas fase e que daqui a pouco passa. Mas enquanto isso, escrevo-te para desanuviar um pouco a mente. Queria que estivesse aqui para comprarmos um vinho, sentarmos na varanda e ficarmos madrugada a dentro bebendo, conversando e dividindo cigarros. Sinto falta dessas noites, agora que estás longe não sei a quem recorrer quando esses momentos me dão saudade. Enfim, estou agustiada, pois aquele antigo amor, que você bem conhece, chegará de viagem tão logo a semana se inicie, vai aportar por aqui, e não imagino o quanto isso vai mexer comigo. Apesar de sentir uma falta de preenchimento, não quero mais me valer de um amor que não existe, que já não deu certo. Mas não confio na razão dos meus sentimentos, que agem por vontade própria e não me obedecem. Não sei o que fazer. Estou confusa. Nos últimos dias tenho me lembrado muito de velhos tempos, e quanta saudade, há muito não tenho aquela adrenalina correndo nas veias, há muito perdi essa capacidade inocente de me apaixonar, não sei mais o que é isso. Estou fechada. Por isso, como disse anteriormente, já me sinto velha. A velhice dos 20 e poucos anos. Seria engraçado, se não fosse trágico, não é mesmo? Não vejo solução, a não ser, esperar e deixar que o tempo me mostre o caminho, não tem outro jeito. Meus amigos mais próximos estão partindo, me sinto tão tocada por isso também, não há o que posso fazer, apenas me despedir, algumas vezes com lágrimas, e torcer para não perdermos o contato, mesmo que a distância seja uma barreira. Sinto-me atada, ficando por aqui, mas sem saber ao certo o porque e nem o rumo que devo tomar. Dúvidas da juventude. Será que a vida é isso? Será que é para ser assim? Bom, acho que não vou saber tão cedo. A novidade é que estou me formando, e ainda não comprei o vestido para a festa, mas vai ser uma noite para recordar o resto da vida, com toda certeza, gostaria que você pudesse vir, seria importante para mim. Mas compreendo que as coisas andam difíceis. Querido, fico aqui falando como uma maluca e nem perguntei sobre você, como está tudo? Me conte. Assim mantemos os assuntos em dia. Vou me despedir, pois já me alonguei demais. Muitas saudades.

Beijos

Branca